Site que usa interações corriqueiras da internet para propor questões relacionadas ao uso de dados pessoais e a forma como a cultura digital vem alterando a construção da subjetividade.
"Ephemera" é o nome que se dá a objetos impressos que seriam descartáveis mas, por alguma razão, se tornam colecionáveis. Bilhetes de metrô, entradas de cinema, encartes de exposição, mapas, cartões de visita. Qual será o destino desses objetos conforme suas funcionalidades originais forem gradativamente incorporadas pelo ambiente digital? Para onde vão suas memórias?
A história e a experiência que um dia estiveram atreladas a um ingresso de cinema deixam de ser uma simples memória guardada na gaveta e passam a ser informações sobre o nosso comportamento criptografadas em linhas de código.
A ephemera digital é um grão de areia na imensidão do Big Data e este projeto veio para jogar luz sobre os caminhos que nos trouxeram até aqui.
No mundo digital, nossas informações individuais se tornam dados pessoais e conforme as tecnologias se desenvolvem para aprimorar as possibilidades de monitoramento, novos tipos de dados vão surgir. Enquanto isso, poucas pessoas entendem a arquitetura por trás do tráfego desses dados e a maioria dos usuários permanece confuso sobre o que está acontecendo.
Para o escopo deste projeto, selecionei 5 naturezas de dados pessoais a serem questionadas por meio das interações. São elas: dados de cadastro, dados de navegação, dados bancários, dados de saúde e dados de imagem.
A execução do projeto começou com a arquitetura da informação para definir os temas abordados em cada uma das interações. Em paralelo, uma vasta pesquisa de referências me ajudaram a definir a linguagem, que se baseou na estética dos diferentes momentos da web.
Para reforçar o conceito de linha do tempo trazido no título, as tipografias escolhidas foram a Courier, tipografia monoespaçada típica das máquinas de escrever; a Chicago, primeira fonte do sistema operacional Macintosh e a San Francisco Pro Display, fonte utilizada hoje no sistema iOS da Apple.
Por fim, foram aplicados diversos recursos técnicos como Figma a para criação do layout e Webflow, Processing P5 e Lottie para desenvolvimento das interações propostas.
Quando as memórias são armazenadas na nuvem e a exposição da intimidade nas redes sociais e aplicativos é imperativa, que postura queremos das empresas que coletam, armazenam, analisam e vendem informações pessoais?
Projeto desenvolvido na disciplina de projeto final em Comunicação Visual da PUC-Rio, com orientação de Luiz Ludwig.